sábado, agosto 14, 2004

Big Fahrenheit Brother

Sentei-me no cinema sem as habituais pipocas e a habitual "água suja do imperialismo americano", vulgo, a coca-cola. Afinal estava prestes a presenciar uma das maiores campanhas anti-eleitorais dos estates.
O genérico começa com uma simples melodia em guitarra, tocada por um dos produtores do documentário e passa em revista algumas situações caricatas em que os políticos e os entrevistadores são maquiados e penteados antes da sua aparição nos media.
A 1ªparte entusiasmou-me. Nunca fui fã do Sr Bush. Ganhei-lhe uma aversão miudinha quando, como governador do Texas, negou o pedido de clemência e sentenciou à morte uma mulher que, após anos de abusos e violêcia doméstica, decidira fazer justiça com as suas próprias mãos. Aliás, durante esse período, decidiu acelerar o ritmo das execuções e de janeiro a agosto de 1999 já 20 pessoas haviam sido executadas.
Gostei da imagem, da narração, das entrevistas e do facto do documentário dar voz à desconfiança de muitos no que diz respeito a uma suposta ligação entre a família Bush e a família Bin Laden e os acontecimentos que precederam o 11 de Setembro.
A veia humorada de Moore, porém, esmoreceu na 2ª parte: o início da guerra no Iraque. Qual activista em desespero pela causa, qual quê? Nada justifica as perguntas lamechas e o tom condescendente de "sim, eu sei o que isso é" ao entrevistar uma mãe destroçada pela dor da perda de um filho, morto no Iraque. Qual Big Brother, Moore aproximou-se sem pudor de muitos dos reality shows que recuso ver. Os grandes planos das lágrimas e da angústia de uma mãe frente à Casa Branca provocaram em mim talvez o efeito contrário do que Moore pretendia.
E qualquer piada depois disto não me moveu um músculo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Muitos Fahrenheit(es)
Em relação a esta questão, realmente o filme não podia ser mais oportuno, numa altura de contagem decrescente para as eleições para o world post control, com a crescente instabilidade no Iraque, o aumento do desemprego e o crescimento da inflação, o Sr. Bush está em maus lençóis, embora ainda consiga sobreviver nas sondagens, controlando os media, a contestação aumenta de dia para dia.
Se eu votasse lá, facto que começa a ter cada vez mais razão de ser, visto a influência que as decisões lá tomadas têm na nossa vida e não é preciso pensar muito, nem ser grande economista para perceber isso, o preço do petróleo antes da guerra do golfo II era de cerca de €15 para os americanos
e cerca de €20 para a maior parte dos países europeus, agora um barril custa €45 para americanos e +/- €48 para europeus. Qual a influência directa no pobão aqui do país? Começa logo pelo pão, não se coze o pão sem gás para o forno - pão €0.07. E os transportes? Para mim, que sou de valongo, uma viagem ao porto fica por €1.10 no mínimo, falando na moeda antiga [como lhe chamam] eu para ir ao porto tenho que gastar 220$00 e isto tudo porquê? Porque o Sr. Bush decidiu que os iraquianos tinham armas de destruição maciça [mentira]. Porque o Sr. Bush decidiu que os iraquianos eram amigos do B. Laden [mentira]...o que é verdade é que fazer uma guerra gera milhões, desculpem gera biliões de euros, desculpem de dólares. Os lucros obtidos pelo aumento do preço do petróleo já ascendem os 60 biliões de dólares e quem ganha com isto? A Shell, a Tamoil, a Esso, etc … isto falando do negócio do petróleo porque, ainda falta a indústria de armamento quase na
sua totalidade controlada pelos nosso amigos americanos.
O pior disto tudo é que se mataram pessoas, destruíram um país, para poder lá instalar um governo, sobre o seu comando, de forma a facilitar a construção de um oleoduto com o objectivo estratégico de, transportar o petróleo para fora do médio oriente (hostil) e libertando-se assim das taxas
impostas, pelo agora seu ex-parceiro e fornecedor no (oleonegócio) no médio oriente, que é a Arábia Saudita. Este país passou a ser, agora o grande financiador de Bin Laden, que por sua vez também mudou de fornecedor! Sim, é
que antigamente os EUA, por intermédio do Bush sénior financiavam este Sr. terrorista para controlar por exemplo o Afeganistão e os seus recursos fosseis.
Podem perguntar - e porque o Iraque? Ora não nos podemos esquecer que se trata de um país que esteve durante 10 anos sobre um fortíssimo embargo internacional e que por isso se tornou num alvo muito vulnerável e fraco, como viemos a constatar.
Outro facto incontornável foi o drama vivido na Venezuela que culminou numa revolta popular devido ás condições miseráveis que o povo vivia, fruto da exploração e fornecimento de petróleo bruto ás multinacionais americanas. O país não ganhava divisas e era completamente sugado do seu tão cobiçado
recurso natural. Como facilmente se conclui o petróleo venezuelano era suficiente para poderem ser um dos países mais prósperos no mundo, não fosse a Venezuela um dos maiores produtores de petróleo!!! O povo revoltou-se e a torneira fechou-se para os americanos.
Voltando aqui ao penico peninsular ibérico, os nossos políticos, os daqueles partidos chamados centristas e que nos vão governando sazonalmente, decidiram apoiar esta grande mentira e enterraram-nos numa recessão económica que desde há muito não se sentia.
Com o inflacionamento das importações de matérias-primas, resultado do aumento do petróleo e da instabilidade política mundial, que levou a uma retracção da economia no negócio internacional, as nossas empresas viram-se obrigadas a conter os seus capitais e que consequentemente a baixar as suas
produções. O desemprego aumentou porque se passou a ter trabalhadores em número superior ás necessidades, isto para aquelas empresas que se conseguiram aguentar… a verdade é que aqui, no penico ibérico, a maior fatia das empresas (99%) são de pequena e de muito pequena dimensão, as chamadas familiares, que têm o seu sustento na sub-contratualização a empresas internacionais e que à falta de negócio não tiveram outro remédio senão fechar portas. As consequências sócias estão aí e mais cedo ou mais tarde poderão bater-nos à porta!
Agora, não perdendo o fio à meada: Digam lá se não temos todo o direito de votar nestas próximas eleições
americanas! Eu se pudesse votava! Mas também lhes digo, votava em branco, porque estes democratas americanos só querem ir para lá porque, há certos interesses que não estão a lucrar nada com isto ou que foram preteridos em favor de outros
por parte desta administração Bush. Estes democratas só vão mudar o disco mas a música vai ser a mesma!
com isto tudo é caso para dizer: TÁ MAL! TÁ Muito Mal!